quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Bélgica pede proteção a jornalista na Argentina

A embaixada da Bélgica em Buenos Aires pediu ao governo da Argentina que garanta a segurança da jornalista belgo-espanhola Teresita Dussart, correspondente do jornal La Libre Belgique. Ela foi hostilizada nos meios de comunicação governistas por causa da cobertura da morte do promotor especial Alberto Nisman, encarregado de investigar o pior atentado terrorista da história do país, noticiou o jornal Clarín.

Em seu blog, Dussart revelou que um dos seguranças de Nisman, Rubén Benítez, esteve no apartamento do promotor em 17 de janeiro de 2015, véspera da morte. Nisman teria pedido que Benítez lhe comprasse uma pistola de 22 mm na segunda-feira. Apareceu morto no domingo por um único tiro de uma pistola de 22 mm.

Depois da publicação, a correspondente passou a ser chamada de "espiã" e "mercenária" a serviço dos serviços secretos dos Estados Unidos (CIA) e de Israel (Mossad), as mesmas ofensas usadas contra os críticos do governo Cristina Kirchner.

Esses serviços secretos são acusados pelo kirchnerismo de forjar o inquérito presidido por Nisman que concluiu pela responsabilidade da milícia fundamentalista xiita libanesa Hesbolá (Partido de Deus) e do Irã no atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina que matou 85 pessoas e feriu outras 300 em 18 de julho de 1994, em Buenos Aires.

No dia seguinte à sua morte, Nisman iria apresentar suas conclusões e provas à Comissão de Legislação Penal da Câmara dos Deputados da Argentina.

Sob o título "outro personagem insólito entra em cena", o jornal kirchnerista Página 12 vinculou Dussart à Krool & Geos, "uma empresa de segurança internacional com atividades em 50 países", a "CIA de Wall St." Juan José Salinas a chamou de "uma dessas agentes de algum (ou vários) dos serviços secretos estrangeiros que colonizaram a Secretaria de Inteligência, estão furiosos e dispostos a tudo" porque a presidente extinguiu o órgão, responsabilizando "agentes renegados" pela morte de Nisman antes da conclusão do inquérito.

Sentindo-se ameaçada, Dussart recorreu às embaixadas da Bélgica e da Espanha, e foi acolhida na belga.

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