Mais de 450 mil pessoas foram mortas e quase 3 milhões fugiram de suas casas desde que o governo fundamentalista do Sudão e milícias aliadas começaram a massacrar populações locais não muçulmanas acusadas de apoiar grupos rebeldes na província de Darfur, no Oeste do país, em 2003. O genocídio de Darfur ainda não parou, adverte o ator e ativista George Clooney em artigo publicado hoje no jornal The New York Times.
"Na semana passada", protesta o superastro de Hollywood, "o regime supostamente convenceu a missão internacional de paz se retirar de áreas que o governo considera estáveis, esperando que ninguém veja de perto. Em consequência, atrocidades em massa continuam acontecendo em Darfur sem testemunhas externas. Este também é o caso nas regiões do [rio] Nilo Azul e das Montanhas da Núbia, duas regiões devastadas pela política de terra arrasada do governo."
Sob pressão da ditadura de Omar Bachir, no poder há 25 anos, a ONU fechou o escritório do Alto Comissariado para Direitos Humanos em Cartum, a capital sudanesa. A ditadura islamita também impede o acesso de jornalistas a Darfur, restringe a entrada de agências e organizações não governamentais de ajuda humanitária e pressiona a ONU e a União Africana a retirar a missão de paz.
O governo sudanês criou assentamentos para abrir os desajolados pela guerra civil em Darfur, mas eles não se livram do medo e do terror. A ONG Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos) denunciou um estupro em massa na vila de Tabit.
"Depois de colher os depoimentos de mais de 130 sobreviventes e testemunhas, seus pesquisadores concluíram que pelo menos 221 mulheres foram violentadas por soldados do Exército do Sudão durante 36 horas num período de 36 horas em outubro do ano passado", acrescenta Clooney.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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