A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional considerou inaceitável a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, ontem pelo serviço secreto da Venezuela sem ordem judicial, noticia o jornal El Nacional. Em nota, a Anistia qualificou como "inaceitável" prender pessoas sem prova de que tenham cometido algum delito.
Sem provas concretas, o presidente Nicolás Maduro o acusou de conspirar com os Estados Unidos para derrubar seu governo.
"No atual contexto venezuelano, nada mais resta se não presumir uma vez mais que às autoridades não interessa dar prioridade à proteção dos direitos, mas, sim, calar vozes críticas", acrescenta a nota.
"Num Estado de Direito, em que se devem defender os direitos de todas as pessoas", prossegue o texto, "é inaceitável que se detenham indivíduos sem prova admissível de que tenham cometido algum delito. No último ano, foram presas arbitrariamente pessoas pelo simples fato de serem opositores ou terem uma visão crítica do governo. A prisão do prefeito de Caracas soma mais uma pessoa à lista de prisões com motivação política.
"Além do mais, na semana passada, a Anistia Internacional teve conhecimento de que foi detido o juiz Alí Fabricio Paredes, supostamente em consequência da sentença que proferiu em um caso de alta repercussão e que não haveria satisfeito os desejos do Executivo. Também foi detido o advogado Tadeu Arriechi como represália pelo desempenho de funções ao trabalhar como advogado de uma empresa acusada de desestabilizar a economia.
"Enquanto as autoridades venezuelanas não tomarem a sério a prioridade aos direitos humanos e entenderam que no Estado de Direito se deve dar espaço à dissidência, o país continuará numa espiral de deterioração que afetará sobretudo as pessoas mais vulneráveis."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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2 comentários:
Dilma e grande parte da comunidade internacional assistem inertes os atos ditatoriais do filhote de Chaves, bem como os genocídios e outras atrocidades em várias partes do mundo. Não há lideranças mobilizadoras que possam fazer frente a ditaduras sanguinárias. Enquanto isso, prospera o Estado Islâmico, que aguarda Dilma para negociar.
Infelizmente, Dilma declarou que é um problema interno da Venezuela, como se a Constituição não apontasse os direitos humanos como uma das bases da política externa brasileira.
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