sábado, 28 de fevereiro de 2015

Nemtsov ia acusar a Rússia pela guerra, diz presidente da Ucrânia

O ex-vice-primeiro-ministro Boris Nemtsov, um dos princípais líderes da oposição, morto ontem no centro de Moscou, iria denunciar numa grande manifestação neste domingo a intervenção militar da Rússia na Ucrânia, afirmou hoje o presidente ucraniano, Petro Porochenko.

Porochenko declarou ainda que Nemtsov era um amigo do país e estava interessado em melhorar as relações entre a Rússia e a Ucrânia. Liberal politicamente, o líder da oposição assassinado era um crítico contumaz da volta do autoritarismo imposta pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Com o assassinato, as manifestações convocadas para amanhã em Moscou e outras 14 cidades russas serão transformadas num grande funeral de Boris Nemtsov.

As maiores suspeitas recaem sobre o próprio Putin e seu regime. Desde que o atual homem-forte do Kremlin chegou ao poder, em 1999, depois de chefiar o Serviço Federal de Segurança, herdeiro do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a polícia política da União Soviética, houve vários assassinatos e atentados jamais esclarecidos.

Entre os casos mais notórios, a jornalista defensora dos direitos humanos Anna Politkovskaya foi assassinada no elevador do edifício onde morava, em 7 de abril de 2006, e o ex-agente secreto Alexander Litvinenko foi envenenado em Londres, onde estava exilado, com polônio-210, um elemento altamente radioativo, em 1º de novembro de 2006. Durante três semanas, foi se desfigurando diante das câmaras até morrer.

O preço de fazer oposição a Putin pode ser a morte.

Nenhum comentário: