O prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso pelo serviço secreto da Venezuela com base numa acusação de conspirar para derrubar o governo feita pelo coronel da reserva José Gustavo Arocha Pérez, preso em maio de 2014, afirma o jornal venezuelano Diario La Verdad.
As organizações de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional e Human Rights Watch consideraram a prisão ilegal, sem provas nem mandado judicial. Ledezma pode ser condenado a até 25 anos de prisão.
Seu advogado, Omar Estacio, pretende recorrer à Justiça para pedir a libertação de Ledezma alegando que a única prova contra ele é uma confissão obtida mediante tortura pelo Serviço Bolivarista de Inteligência.
Depois de seis meses na prisão, Arocha Pérez teria feito um acordo com a procuradoria para delatar vários dirigentes políticos. As outras provas de que o prefeito de Caracas estaria por trás um golpe apoiado pelos EUA são uma declaração do líder estudantil Loreth Saleh reconhecendo a importância política de Ledezma e um documento preparado pela oposição propondo um governo de união nacional numa transição depois da saída do presidente Nicolás Maduro, que se revelou totalmente incapaz de governar o país.
Com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela vive uma crise econômica gerada pela incompetência da revolução chavista em administrar uma economia capitalista. A inflação foi de 68% no ano passado. Faltam produtos básicos como papel higiene, carne, leite, açúcar e farinha de trigo.
O colapso do regime é uma questão de tempo. Em vez de se omitir, o Brasil deveria mediar um acordo com a oposição que necessariamente inclua uma mudança na política econômica. Na Argentina, há uma crise política agravada pela morte suspeita do promotor Alberto Nisman. Uma eleição resolve. Na Venezuela, o risco de derramamento de sangue é cada vez maior.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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