domingo, 22 de fevereiro de 2015

Militar torturado dedurou Ledezma na Venezuela

O prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso pelo serviço secreto da Venezuela com base numa acusação de conspirar para derrubar o governo feita pelo coronel da reserva José Gustavo Arocha Pérez, preso em maio de 2014, afirma o jornal venezuelano Diario La Verdad.

As organizações de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional e Human Rights Watch consideraram a prisão ilegal, sem provas nem mandado judicial. Ledezma pode ser condenado a até 25 anos de prisão.

Seu advogado, Omar Estacio, pretende recorrer à Justiça para pedir a libertação de Ledezma alegando que a única prova contra ele é uma confissão obtida mediante tortura pelo Serviço Bolivarista de Inteligência.

Depois de seis meses na prisão, Arocha Pérez teria feito um acordo com a procuradoria para delatar vários dirigentes políticos. As outras provas de que o prefeito de Caracas estaria por trás um golpe apoiado pelos EUA são uma declaração do líder estudantil Loreth Saleh reconhecendo a importância política de Ledezma e um documento preparado pela oposição propondo um governo de união nacional numa transição depois da saída do presidente Nicolás Maduro, que se revelou totalmente incapaz de governar o país.

Com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela vive uma crise econômica gerada pela incompetência da revolução chavista em administrar uma economia capitalista. A inflação foi de 68% no ano passado. Faltam produtos básicos como papel higiene, carne, leite, açúcar e farinha de trigo.

O colapso do regime é uma questão de tempo. Em vez de se omitir, o Brasil deveria mediar um acordo com a oposição que necessariamente inclua uma mudança na política econômica. Na Argentina, há uma crise política agravada pela morte suspeita do promotor Alberto Nisman. Uma eleição resolve. Na Venezuela, o risco de derramamento de sangue é cada vez maior.

Nenhum comentário: