As Nações Unidas devem reforçar com milhares de homens a força da União Africana que intervém na Somália para lançar uma ofensiva capaz de derrotar a milícia fundamentalista Al Chababe (Os Jovens ou A Juventude), ligada à rede terrorista Al Caeda, conclamou ontem o secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon.
O objetivo seria reduzir a capacidade do grupo extremista muçulmano de cobrar impostos, recrutar novos militantes e realizar ações como o ataque que matou pelo menos 72 pessoas num centro comercial de Nairóbi, a capital do Quênia, de 24 a 27 de setembro de 2013.
"A deterioração na situação de segurança ameaça minar o frágil processo político na Somália", advertiu Ban em carta ao Conselho de Segurança da ONU. "Para retomar a iniciativa e evitar retrocessos, há uma necessidade urgente de reiniciar e fortalecer a campanha militar contra Al Chababe".
Ban pediu mais 4,4 mil soldados, pessoal de apoio, helicópteros de combate e outros equipamentos avançados de logística e inteligência para combater os bolsões dominados pelos jihadistas em zonas rurais do Sul da Somália.
A força da UA, formada principalmente por soldados de Burúndi e Uganda, interveio na Somália em 2007 para combater a insurgência muçulmana e proteger o governo provisório somaliano. Tem hoje cerca de 18 mil homens.
Nos últimos dois anos, a força internacional conseguiu expulsar os extremistas das principais cidades do país, como a capital, Mogadíscio, Baidoa e o porto de Kismayo, tirando-lhes as principais fontes de renda.
O secretário-geral também pediu ajuda não letal, em transportes, alimentação e combustíveis, para o Exército provisório da Somália, de 10 mil soldados. "Sem o apoio adicional recomendado na carta, nosso esforço conjunto está em risco", alerta Ban.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário