A mulher negra perseguida e baleada pela polícia de Washington hoje depois de tentar furar uma barreira diante da Casa Branca e fugir até proximidades do Congresso dos Estados Unidos morreu. Tinha 34 anos e um histórico de distúrbios mentais. Uma criança de um ano que estava com ela no carro saiu ilesa.
Nenhum tiro foi disparado pela mulher, que estava desarmada, informou a polícia da capital americana. O incidente chegou a provocar o fechamento do Congresso durante 40 minutos em que a população foi aconselhada a ficar trancada no interior de prédios e longe das janelas.
Ela foi identificada depois como Miriam Carey, de 34 anos. Estaria sofrendo de depressão pós-parto e imaginava estar sendo perseguida pelo presidente Barack Obama, o que explicaria sua tentativa de furar uma barreira de proteção da Casa Branca.
Sua morte provocou uma discussão sobre o uso de força letal pela polícia. Pelas regras do Distrito de Colúmbia, onde fica a capital dos EUA, a polícia não pode disparar tiros de advertência, atirar em áreas onde houver multidões nem somente para defender a propriedade. Só pode usar armas de fogo quando um policial ou outra pessoa estiver sob ameaça de força letal.
É proibido atirar de um carro em movimento ou num carro em movimento, a não ser que força letal esteja sendo usada contra o policial ou qualquer outra pessoa. Um carro em movimento não é considerado uma arma letal.
Essas normas estão em vigor em Washington desde 1998. Nova York usa regras semelhantes desde 1972, recomendando aos agentes que não atirem em carros em movimento.
Quando atirou, a polícia não sabia que havia uma criança dentro do carro. Mas o erro fatal de Miriam foi ter tentado ultrapassar uma barreira na Casa Branca, o que fez o Serviço Secreto persegui-la, e fugir até perto do Congresso, onde foi atacada pela Polícia do Capitólio.
Essas forças, encarregadas de proteger a Casa Branca e o Capitólio da ameaça permanente do terrorismo, têm suas próprias regras, orientadas pelas preocupações com a segurança nacional dos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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