Forças especiais dos Estados Unidos prenderam ontem na Líbia o suspeito de planejar os atentados terroristas contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 1998, e atacaram a base do chefe do grupo extremista muçulmano Al Chababe (Os Jovens ou A Juventude) na Somália.
O governo provisório da Líbia condenou a operação militar americana para prender um dos líderes da rede terrorista Al Caeda, Nazih Abdul-Hamed al-Rukai, também conhecido como Abu Anas al-Libi, protestando por não ter sido informado. Isso indica que o governo dos EUA não confia nas autoridades líbias, preferindo agir sozinho, como no ataque que matou Ossama ben Laden no Paquistão.
Dez homens mascarados cercaram Al-Libi quando ele saía de casa ontem para fazer sua oração da manhã. Ele tentou entrar no seu carro para pegar um revólver, mas não conseguiu.
A 5 mil km de distância, a unidade de elite da Marinha chamada Seals (Focas), a mesma que matou Ben Laden, usou lanchas de alta velocidade para atacar uma casa que serviria de abrigo para a liderança da milícia somaliana Al Chababe, também ligada à rede terrorista Al Caeda, no porto de Barawe, no Sul da Somália, inclusive o comandante supremo, Ahmed abdi Godane, também conhecido como Moktar Ali Zubeir.
O principal alvo do ataque na Somália seria um queniano de origem somaliana conhecido como Ikrima, supostamente responsável pelo ataque ao centro comercial Westgate, em Nairóbi, a capital queniana, há duas semanas, em que mais de 60 pessoas foram mortas. Foi a pior ação terrorista no Quênia desde o atentado contra a Embaixada dos EUA, em 7 de agosto de 1998, que matou mais de 200 pessoas e deixou 5 mil feridos. No mesmo dia, outro atentado, contra a Embaixada dos EUA na Tanzânia, deixou 11 mortos.
Com as duas operações de comandos, os EUA reafirmam sua determinação de perseguir terroristas que ataquem alvos americanos onde quer que estejam, prendendo-os ou matando-os para desestimular o terrorismo. Como os líderes da "guerra santa" contra o Ocidente prometem acesso direito ao paraíso para seus "mártires" e o jihadismo glorifica o martírio, há um incentivo de caráter religioso para o terrorismo suicida. Mas o ataque na Somália fracassou. Os americanos foram recebidos com fogo de artilharia e abortaram a missão.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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