A Irlanda confirmou ontem que será o primeiro país a sair, em dezembro de 2013, do programa de ajuda de emergência da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional a países da Zona do Euro que tiveram problemas para pagar suas dívidas depois da Grande Recessão de 2008-9.
Com a explosão de uma bolha especulativa no mercado imobiliário, os bancos irlandeses quebraram. Para evitar uma desnacionalização do setor financeiro, o governo assumiu a responsabilidade pelas dívidas, acumulando um déficit orçamentário de 32% do produto interno bruto.
Sem saída para pagar suas contas, a Irlanda pediu empréstimos de emergência aos aliados europeus. Foi o segundo país da UE a fazer isso, depois da Grécia, recebendo 67,5 bilhões de euros.
O país saiu da recessão no segundo trimestre de 2013 com crescimento de 0,4% devido à retomada das exportações e do consumo interno. Mas a economia irlandesa continua fragilizada. Isso aumenta a pressão do Partido Trabalhista, sócio menor na coalizão de governo, pela adoção de políticas de estímulo ao crescimento.
Por causa da crise, o desemprego na Irlanda está em 13,6%, abaixo dos 14,7% do ano passado, mas acima da média de 12% da Eurozona. De abril de 2012 a abril de 2013, 89 mil pessoas emigraram, sendo dois terços cidadãos irlandeses.
A situação é mais difícil em Portugal, que conseguiu reduzir o déficit público de 10,2% em 2009 para 6,4% em 2012 provocando uma recessão. No início de 2013, 18% dos portugueses em idade de trabalhar estavam sem emprego; essa taxa caiu para 16,5% em agosto.
Apesar do esforço fiscal recessivo, Portugal ainda está longe de baixar o déficit orçamentário para 3% do PIB em 2015, como prometeu aos aliados europeus. A economia saiu da recessão no segundo trimestre de 2013, mas deve terminar o ano com uma contração de 1,8%. Nas últimas semanas, o governo conservador do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho pediu mais prazo à Comissão Europeia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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