No feriado para comemorar os 40 anos do início da Guerra do Yom Kippur, militantes da Irmandade Muçulmana entraram em choque ontem com as forças de segurança e com partidários do golpe que derrubou o presidente islamita Mohamed Mursi em 3 de julho de 2013. Pelo menos 53 pessoas foram mortas em mais um dia de violência política no Egito.
Hoje pistoleiros atacaram uma patrulha do Exército na cidade de Ismaília, junto ao Canal de Suez. No Sul do Sinai, um carro-bomba explodiu perto de um quartel. Também houve disparos de morteiros contra antenas de satélites de telecomunicações em Maadi, um subúrbio do Cairo.
A Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão) começou em 6 de outubro de 1973 com a maior ofensiva militar árabe da era moderna para tentar recuperar os territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Depois de retomar parte da Península do Sinai, as forças egípcias foram cercadas por Israel no meio do deserto. O 3º Exército do Egito só não foi destruído por causa da intervenção da União Soviética, que ameaçou entrar no conflito. Isso poderia levar a uma guerra nuclear entre as superpotências.
Apesar da ajuda soviética, depois da guerra o presidente egípcio, Anuar Sadat, abandonou a aliança com Moscou e se aproximou dos Estados Unidos como única maneira de recuperar o Sinai. Sadat foi a Israel em 1977 e dois anos mais tarde assinou um acordo de paz entre os dois países em Camp David, nos EUA.
Em 6 de outubro de 1981, durante uma parada militar para celebar o início da Guerra do Yom Kippur, soldados ligados ao grupo extremista muçulmano Jihad Islâmica metralharam o palanque das autoridades matando Sadat. Seu vice-presidente, Hosni Mubarak, herdou o poder e governou o Egito até ser derrubado pela Primavera Árabe, em 11 de fevereiro de 2011.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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