Os americanos Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller ganharam hoje o Prêmio Nobel de Economia de 2013 por suas "análises empíricas dos preços dos ativos", anunciou hoje em Estocolmo a Academia Real de Ciências da Suécia. Os dois primeiros são da Universidade de Chicago e o terceiro da Universidade de Yale. Eles vão dividir US$ 1,23 milhão.
A questão central para os três era entender o que determina o preço de um ativo, sejam ações, bônus ou imóveis.
Fama, de 74 anos, defendia a "hipótese da eficiência dos mercados", que pressupõe que o mercado incorpore ao preço todas as informações disponíveis sobre o valor do ativo. Ele desconfia assim da capacidade de prever o futuro com base em dados do passado. As mudanças imprevistas se devem a novas realidades.
Shiller, de 67 anos, entende que os mercados são impulsionados por sensações psicológicas de seres humanos e por isso sujeitos a distorções de preços. É um adepto da chamada "economia comportamental", que alega que os agentes do mercado nem sempre agem racionalmente, mas são movidos por impulsos. Ele criou o índice Case-Shiller, que mede a evolução dos preços dos imóveis.
Hansen, de 60 anos, aproveitou o trabalho de Shiller para usar novos métodos estatísticos para testar o que exatamente causa a volatilidade nos mercados financeiros, atribuindo-as ao maior ou menor apetite por risco. Em tempos difíceis, os investidores estão menos dispostos a aceitar riscos.
Ao distribuir o prêmio entre os três, a Academia da Suécia tenta de certa forma harmonizar as diferentes posições. Elas levam à conclusão de que as variações dos preços dos ativos a curto prazo se devem a fatores casuais e imprevisíveis, mas a psicologia humana podem ocasionar distorções em prazos mais longos.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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