sábado, 5 de outubro de 2013

Khamenei critica EUA, Israel e telefonema de Obama

Depois de xingar os Estados Unidos de "arrogantes, desonestos, inconfiáveis e controlados pelo sionismo", o Supremo Líder Espiritual da República Islâmica do Irã, aiatolá Ali Khamenei, apoiou a ofensiva diplomática do presidente Hassan Rouhani para reabrir o diálogo com o Ocidente, mas criticou alguns aspectos de sua viagem a Nova York para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, numa referência à conversa telefônica como presidente americano, Barack Obama.

"Apoiamos a iniciativa diplomática do governo e consideramos importantes as atividades dessa viagem", declarou Khamenei ao discursar numa cerimônia de formatura de oficiais do Exército do Irã, "mas algo que aconteceu em Nova York não foi apropriado".

Vários expoentes da linha dura do regime fundamentalista iraniano protestaram e censuraram Rouhani publicamente por atender ao telefonema do presidente americano, quebrando o gelo nas relações diplomáticas entre os dois países, rompidas em 1980, meses depois que estudantes iranianos invadiram a Embaixada dos EUA em Teerã, em 4 de novembro de 1979, nove meses após a vitória da revolução islâmica.

O antiamericanismo de Khamenei tem origem no golpe militar de 1953 contra o primeiro-ministro nacionalista Mohamed Mossadegh, articulado pela CIA (Agência Central de Inteligência), o serviço de espionagem dos EUA, que implantou a ditadura do xá Reza Pahlevi, derrubada pela revolução em 1979

A dez dias das negociações com as cinco grandes potências do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido) e a Alemanha, "somos pessimistas em relação aos americanos. Não temos a menor confiança neles", afirmou o aiatolá supremo.

"O governo americano é inconfiável, presunçoso e irrazoável, e quebra suas promessas. É um governo controlado pela rede internacional do sionismo", acrescentou Khamenei, citado pela agência de notícias France Presse.

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