Durante uma visita de três dias a Washington em que irá à Casa Branca na sexta-feira, o primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki vai pedir aos Estados Unidos armas para combater a crescente onda de violência sectária decorrente da guerra civil na vizinha Síria. Já enfrenta resistências.
Um grupo de senadores dos dois partidos enviou carta ao presidente Barack Obama acusando o governo Maliki de ser dominado pelo Irã e e discriminar a minoria sunita, contribuindo assim para agravar o conflito entre sunitas e xiitas.
Desde abril, atentados a bomba e tiroteios causaram a morte de mais de 5,5 mil pessoas. Há pelo menos dois atentados por semana contra espaços abertos cheios de gente como feiras livres, cafés, estações de ônibus, mesquitas e locais sagrados para os xiitas.
A maior responsabilidade pela violência é atribuída à rede terrorista Al Caeda e ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante, seu aliado. Em resposta, os xiitas organizam "comitês populares" de vigilantes para se proteger e cobrar do governo uma resposta mais dura e eficiente contra o terror, além de apelar a suas milícias.
Depois do ataque contra um santuário xiita em Samarra, em 22 de fevereiro de 2006, o Iraque caiu numa espiral de violência que chegou à beira da guerra civil entre as duas principais corrente do islamismo. No início de 2007, o então presidente americano George W. Bush ordenou um reforço de 30 mil homens no contingente dos EUA no país.
Um cessar-fogo entre os EUA e a milícia xiita liderada pelo aiatolá rebelde Muktada al-Sader, e a revolta de sunitas moderadas contra o extremismo d'al Caeda reduziram significativamente a violência, permitindo uma retirada honrosa para os americanos no fim de 2011.
A guerra civil na Síria reacendeu o conflito sectário no Iraque, que serve de corredor de passagem da ajuda do Irã à ditadura aliada de Bachar Assad e dos jihadistas recrutados pela Caeda para a "guerra santa" no país vizinho.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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