A República Islâmica do Irã pode adquirir em semanas a capacidade de enriquecer urânio acima de 90%, o teor necessário para fabricar armas atômicas, advertiu hoje o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Na análise da empresa de estudos estratégicos americana Stratfor, Israel vai continuar tentando minar as negociações entre as cinco grandes potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, China, França, Reino Unido e Rússia) mais a Alemanha e o Irã para desarmar o programa nuclear iraniano.
O presidente Barack Obama prefere uma solução negociada e a postura moderada do novo presidente do Irã, aiatolá Hassan Rouhani, abriram espaço para negociações. Israel teme que o Irã tente apenas ganhar tempo.
Nas negociações realizadas em Genebra, na Suíça, o Irã exige o fim das sanções que sufocam sua economia. Em troca, aceitou se submeter a inspeções irrestritas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e teria parado de enriquecer urânio a 20%, teor necessário para uso num reator nuclear para pesquisas médicas.
Para fazer a bomba atômica, o urânio precisa ser enriquecido a um teor de mais de 90% de urânio-235, o isótopo mais instável, que se desintegra numa reação em cadeia numa explosão atômica. O Irã ainda não teria chegado lá, mas quem concentra a 20% pode chegar a 90%. É uma questão de tempo.
Na semana passada, um ex-chefe do serviço secreto das Forças de Defesa de Israel que hoje dirige um instituto de estudos de segurança e defesa em Telavive alertou que o tempo para uma ação militar capaz de neutralizar o programa nuclear iraniano está se esgotando.
O governo israelense aguarda a próxima rodada de negociações, mas terá de tomar logo a decisão de bombardear ou não as instalações nucleares do Irã. E só considera aceitável um acordo que proíba o regime fundamentalista iraniano de enriquecer urânio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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