O ditador Kim Jong Un prometeu ontem recuperar a economia da Coreia do Norte e ao mesmo tempo ampliar o arsenal nuclear do país. As armas atômicas norte-coreanas "não são instrumento de barganha política ou econômica", declarou a agência oficial de notícias do país, citando declarações de Kim durante uma reunião plenária do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores.
Em caso de "provocação", a Coreia do Sul ameaça dar uma "resposta violenta", com a ajuda dos Estados Unidos, que mandaram aviões de caça F-22 invisíveis aos radares inimigos de bases no Japão para participar de manobras militares conjuntas americano-sul-coreanas que vão até o fim de abril.
A advertência foi feita diretamente pela presidente linha-dura sul-coreana, Park Geun Hye, hoje de manhã, depois de uma reunião do Estado-Maior: "Devemos dar uma resposta forte e imediata sem nenhuma outra consideração política se o Norte se aventurar a fazer uma provocação contra nossa população", reportou o jornal francês Libération.
Os exercícios militares, além da adoção de novas sanções depois do terceiro teste nuclear norte-coreano, são as causas para o aumento da agressividade do discurso do regime comunista de Pionguiangue. A reunião plenária do Comitê Central foi a primeira desde 1993, informa o jornal The New York Times.
Depois de anular o cessar-fogo acertado há 60 anos no fim da Guerra da Coreia, o governo norte-coreano rompeu todos os acordos bilaterais com a Coreia do Sul e ameaçou atacar os EUA e seus aliados. No sábado, declarou estar em "estado de guerra".
Desde o colapso do comunismo e o fim da União Soviética, em 1991, a Coreia do Norte faz uma chantagem atômica contra os EUA, usando seu programa nuclear para forçar uma negociação direta com Washington. Nesse período, foram anunciados 33 acordos para desarmar o programa nuclear, todos rompidos estrepitosamente pela ditadura stalinista da dinastia Kim.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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