Depois de semanas de luta contra forças do governo da Síria, os rebeldes que lutam contra a ditadura de Bachar Assad tomaram o controle do complexo militar de Dabá, na província de Homs, anunciou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ligado à oposição, com sede em Londres.
Ontem, em entrevista à televisão estatal síria, Assad afirmou que sua derrota será o fim do país. Mais uma vez, tentou caracterizar o conflito como uma luta contra o imperialismo. Ele acusou os Estados Unidos e o Ocidente de apoiar a rede terrorista Al Caeda, repetindo o erro que teriam cometido ao armar e financiar extremistas muçulmanos para lutar contra a invasão soviética no Afeganistão.
"É uma guerra em todos os sentidos da palavra", declarou o ditador sírio, no poder desde 2000, citado pelo jornal The New York Times. "Há grandes potências, especialmente as potências ocidentais, que historicamente nunca aceitaram a independência de outras nações e querem submetê-las."
Assad prometeu não cair sozinho, indicando estar disposto a expandir o conflito para os países vizinhos como Líbano, Jordânia e Israel.
O secretário de Estado americano, John Kerry, está chegando a Israel para discutir a guerra civil na Síria e o programa nuclear do Irã. Os EUA vão mandar 200 soldados à Jordânia para ajudar no controle da fronteira e evitar que as armas químicas de Assad caiam nas mãos de terroristas.
Em entrevista à televisão pública britânica BBC, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que o governo israelense pode impedir o fornecimento de armas aos rebeldes sírios se temer que tais armas possam ser usadas contra Israel. A Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista Al Caeda, é um dos grupos armados mais fortes.
Mais de 70 mil pessoas foram mortas na guerra civil Síria, que completou dois anos no mês passado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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