Diante das suspeitas de fraude, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, declarou ser favorável à recontagem total dos votos da eleição presidencial de ontem na Venezuela, como quer o candidato da oposição, governador Henrique Capriles.
Pelo resultado anunciado pouco depois da meia-noite pelo horário de Brasília, o presidente interino Nicolás Maduro teria vencido com uma vantagem de 235 mil votos, cerca de 1,6 ponto percentual. Capriles denunciou que houve pelo menos 3 mil incidentes capazes de levantar suspeitas de irregularidades.
O Conselho Nacional Eleitoral ignorou o pedido da oposição e declarou Maduro presidente eleito antes mesmo da contagem inicial dos votos. Sua presidente, Tibisay Lucena, declarou que "o resultado é irreversível". Capriles convocou a população para sair às ruas em protesto.
Maduro ganha com baixa legitimidade, apesar da santificação do falecido presidente Hugo Chávez e do uso abusivo da máquina estatal na campanha. Os chavistas alegam que a oposição tem apoio maciço dos ricos e dos meios de comunicação privados, o que teria equilibrado a disputa.
Diante desta situação, Capriles, que obteve um resultado surpreendente, deve liderar a oposição e ficar à espera de um possível referendo para revogar o mandato de Maduro daqui a três anos ou das próximas eleições, previstas para 2018.
O presidente eleito insistiu em que a "revolução bolivarista vai durar décadas", mas quase ninguém acredita mais nisso. Sem Chávez, sem plataforma e sem programa para enfrentar a séria crise econômica, o chavismo começa a definhar.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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