Depois de recuar da promessa inicial de aceitar uma recontagem dos votos da eleição presidencial de domingo, vencida pelo presidente interino Nicolás Maduro por apenas 235 mil, o governo da Venezuela proibiu a manifestação de protesto convocada para amanhã pela oposição, denunciando uma suposta tentativa de golpe apoiada pelos Estados Unidos.
A passeata foi declarada ilegal e seus participantes estarão sujeitos a prisão. Pelo menos sete pessoas morreram em conflitos pós-eleitorais.
Maduro ganhou por uma margem de apenas 1,6 ponto percentual, levantando suspeitas de manipulação do resultado, já que o regime chavista controla todas as instituições venezuelanas e abusou da máquina estatal para manter sua "revolução bolivarista" no poder.
Ao rejeitar as suspeitas de fraudes do candidato oposicionista, governador Henrique Capriles, Maduro insistiu em que "a revolução bolivarista vai durar décadas". Mas nem a morte prematura e a virtual beatificação do falecido presidente Hugo Chávez e o clima de comoção nacional que criaram foram capazes de dar uma vitória folgada ao interino.
Sem apoio popular decisivo, dificilmente Maduro terá força para combater a séria crise econômica enfrentada pela Venezuela apesar da riqueza do petróleo. Mais ainda, sua posição como sucessor do comandante Chávez fica abalada dentro do movimento bolivarista.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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