O Congresso dos Estados Unidos foi incapaz de aprovar até mesmo uma lei para exigir uma verificação dos antecedentes criminais dos candidatos a comprar armas de fogo. Por 54 a 46, o Senado acaba de rejeitar uma proposta que só foi votada depois de um acordo bipartidário para evitar a obstrução do Partido Republicano.
Todas as propostas de controle de armas defendidas pelo governo foram rejeitadas. O presidente Barack Obama acusou a Associação Nacional do Rifle, o lobby dos fabricantes de armas, de "mentir deliberadamente" para impedir um controle maior do comércio de armas.
Se passassem no Senado, as medidas teriam enormes dificuldades para ser aprovada na Câmara, onde o Partido Republicano tem maioria.
A Emenda nº 725, apresentada pelo líder da maioria democrata, senador Harry Reid, queria fiscalizar quem compra armas ampliando o Sistema Nacional Instantâneo de Verificação dos Antecedentes Criminais, examinar os problemas de saúde mental no sistema penal e proibir a aquisição indireta de armas através de terceiros sem ficha criminal em exposições e feiras de armas.
"Os criminosos não se submetem a controles agora. Não vão se submeter a controles ainda maiores", alegou o senador republicano Charles Grassley.
Nas galerias do Congresso, havia parentes das 20 crianças mortas no massacre da Escola Primária Sandy Hook, em Newtown, no estado de Connecticut, em 14 de dezembro de 2012.
"Eles deveriam ter vergonha de si mesmos", declarou Patricia Maisch, sobrevivente do massacre, ao deixar o Capitólio. "Eles não têm alma. Eles não têm compaixão".
A ex-deputada Gabrielle Giffords, baleada na cabeça num massacre em Tucson, no estado do Arizona, em 8 de janeiro de 2011, escreveu no Twitter: "O Senado ignorou a vontade popular e rejeitou o exame dos antecedentes de compradores de armas. Não estou desistindo. Os eleitores sabem que os senadores seguiram o lobby das armas e não a vontade deles".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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