Os rebeldes que lutam há mais de dois anos contra a ditadura de Bachar Assad lançaram uma série de ataques contra bases aéreas neste domingo, noticiou a agência de notícias United Press International (UPI). Eles afirmam que ainda lutam pelo controle de pelo menos quatro aeroportos militares, inclusive da importante base aérea de Abu Zuhour, na província de Idlib.
A Força Aérea da Síria desempenha um papel central da estratégia do regime para se sustentar no poder. É a principal vantagem que Assad tem sobre os rebeldes no campo de batalha. Além do poder de fogo, permite levar armas, reforços e recursos para unidades isoladas em meio ao combate.
Na semana passada, os Estados Unidos acusaram pela primeira vez a Síria de usar armas químicas contra os rebeldes, limite estabelecido pelo presidente Barack Obama além do qual o regime estaria sujeito uma intervenção militar internacional. Os rebeldes pediram a imposição de uma zona de proibição de voo no espaço aéreo sírio.
OS EUA e o Reino Unido, que usaram a falsa alegação das armas de destruição em massa de Saddam Hussein para invadir o Iraque há dez anos, desta vez pediram uma investigação às Nações Unidas para respaldar qualquer ação. Mas não há interesse das potências ocidentais de colocar seus soldados na Líbia, uma guerra civil brutal sem qualquer solução negociada à vista.
Uma zona de exclusão aérea ou de proibição de voo seria uma saída. Mas quem iria impor a medida à Síria: a Força Aérea da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos EUA, França e Reino Unido? Países árabes?
Para garantir que nenhum avião de combate sírio circule no espaço aéreo do país, é preciso obter superioridade aérea, destruindo as defesas antiaéreas da ditadura de Bachar Assad, uma operação militar agressiva. A China e a Rússia vão aprovar ou aceitar uma possível autorização de uso da força pelo Conselho de Segurança da ONU?
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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