Horas antes da posse do presidente Nicolás Maduro, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela concordou hoje em fazer uma auditoria em todas as urnas usadas na eleição presidencial de 14 de abril de 2013. A vitória do presidente interino que substitui Hugo Chávez desde dezembro por apenas 1,8% dos votos levou a oposição a pedir a recontagem, primeiro aceita, depois rejeitada e agora finalmente aceita pelo regime chavista.
Ao anunciar a decisão, a presidente do CNE, Tibisay Lucena, disse que o processo vai durar um mês. A recontagem alivia a tensão nas ruas, onde oito pessoas foram mortas na violência pós-eleitoral, e cria uma clima mais calmo para a posse de Maduro hoje à tarde.
"Com isso, estamos onde gostaríamos de estar", declarou o candidato oposicionista, governador Henrique Capriles, acusado pelo governo de fomentar os conflitos de rua que se seguiram à divulgação do resultado oficial por denunciar fraude eleitoral. "Agora o CNE cria a possibilidade de resolver a crise política do país", reporta o jornal The New York Times.
Pela lei eleitoral venezuelana, 54% das urnas são auditadas automaticamente quando a votação termina. Ao votar, cada eleitor recebe um voucher com seu voto para ser depositado numa urna de papelão. Na apuração, os votos impressos são conferidos com a votação eletrônica.
Agora, as 46% urnas restantes serão examinadas, mas o prazo de um mês sugere que pode ser uma manobra para acalmar a oposição e dar legitimidade à posse de Maduro hoje à tarde.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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