O Irã já desenvolveu a tecnologia necessária e pode fabricar uma bomba atômica nos próximos meses, alerta o general Amos Yadlin, ex-chefe do serviço secreto das Forças de Defesa de Israel, pedindo um aumento das sanções e pressões internacionais contra a república islâmica.
Durante uma conferência sobre segurança realizada em Telavive, o general advertiu que "para todos os fins e propósitos, o Irã já cruzou a linha vermelha de Israel... No verão, estará a um mês ou dois da decisão de fazer uma bomba atômica".
O primeiro-ministro linha-dura israelense, Benjamin Netanyahu, insistiu várias vezes na necessidade de traçar uma "linha vermelha", um limite além do qual o programa nuclear iraniano se tornaria uma ameaça à existência de Israel, o que justificaria uma ação militar para destruí-lo.
Israel sabe que precisa do apoio dos Estados Unidos nesta guerra. O presidente Barack Obama, que se elegeu prometando acabar com as guerras no Afeganistão e no Iraque, reluta em abraçar a opção militar. Já afirmou que o Irã precisaria de pelo menos mais um ano para fazer armas nucleares e decidiu dar mais tempo à diplomacia e às sanções internacionais.
Apesar dos estragos que o boicote traz à economia iraniana, o regime dos aiatolás não dá sinais de que possa recuar. Nos últimos dias, o óleo de cozinha e as carnes de gado e frango subiram 60% porque o governo desvalorizou a moeda nacional. Um dólar vale agora 24,5 mil riales, quase o dobro dos 12,26 pagos anteriormente.
Não houve avanço nas negociações realizadas no mês passado entre o Irã, as cinco grandes potências com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha.
Enquanto o Irã exige o fim das sanções alegando ter direito a desenvolver energia atômica para fins pacífico, as grandes potências querem que o país cumpra as resoluções da ONU, pare de enriquecer urânio e abra seu programa nuclear a inspeções rigorosas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Diante do impasse nas negociações, os EUA resolveram vender US$ 10 bilhões em armas a Israel, à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, preparando seus aliados no Oriente Médio para se defender de um possível Irã nuclear, revelou o jornal The New York Times.
O pacote incluiu aviões-tanques para reabastecimento de aviões de combate em pleno voo e mísseis ar-terra para destruir as defesas antiaéreas iranianas, mas exclui bombas nucleares táticas capazes de destruir fortalezas subterrâneas com instalações nucleares. Sem esta arma, Israel precisa dos EUA para ter certeza de um ataque será bem-sucedido.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário