quinta-feira, 21 de março de 2013

França teve aumento de 23% em ataques racistas

Os atos e as ameaças de caráter racista, antissemita ou antimuçulmano tiveram um "aumento forte" e "preocupante" de 23% em 2012 na França, reconheceu a Comissão Nacional Consultiva dos Direitos do Homem, acrescentando que "há uma perigosa banalização do racismo".

No ano passado, a polícia francesa registrou 1.539 ações e ameaças de caráter racista ou xenofóbico. "Pelo terceiro ano consecutivo", a comissão constata que "os indicadores de racismo estão em alta e que a intolerância aumentou".

O antissemitismo teve dois picos, em março, por causa do caso Merah, e em outubro e novembro, quando Israel atacou o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) na Faixa de Gaza. Mohamed Merah, filho de imigrantes argelinos, matou sete pessoas numa série de ataques, inclusive três crianças de uma escola judaica, provocando também uma reação antimuçulmana.

Merah se declarou seguidor da rede terrorista Al Caeda. Em setembro e outubro, o sentimento negativo dos franceses em relação aos muçulmanos foi alimentado pela divulgação do filme A Inocência dos Muçulmanos, ofensivo ao Islã e ao profeta Maomé.

A pesquisa nota "um aumento marcante da desconfiança em relação aos muçulmanos" e "uma rejeição crescente dos estrangeiros, percebidos cada vez mais como parasitas, vistos como uma ameaça".

Para 55% dos entrevistados, quatro pontos percentuais a mais do que em 2011, os muçulmanos formam "um grupo à parte dentro da sociedade", enquanto 69% acreditam que "há imigrantes demais hoje na França".

Essa banalização do racismo se alimenta de um discurso político contra a imigração e contra certas religiões, reporta o jornal francês Libération.

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