A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou hoje por ampla maioria um tratado pioneiro para regulamentar o comércio internacional de armas convencionais, relacionando-o pela primeira vez com os antecendentes dos compradores.
O tratado, negociado nos últimos sete anos, tenta impor regras a um mercado multibilionário. Mesmo sem criar um mecanismo de fiscalização, o acordo pede que seja examinado se as armas podem ser usadas para violar os direitos humanos, fomentar o genocídio, o terrorismo ou crimes de guerra, ou cair nas mãos do crime organizado.
"Finalmente os governos do mundo inteiro se juntar para dar um basta!", festejou Anna McDonald, chefe de controle de armas da organização não governamental Oxfam International. "É hora de acabar com o comércio de armas mal regulado e de colocá-lo sob controle".
Como exemplo, ela citou a guerra civil na Síria, onde mais de 70 mil pessoas foram mortas nos últimos dois anos, pela estimativa da ONU. O tratado pode complicar, por exemplo, a alegação da Rússia de que não refe o direito internacional ao vender armas para a ditadura de Bachar Assad, mas dificilmente impediria o tráfico ilegal de armas que alimenta o conflito.
"Este tratado não vai resolver o problema da Síria de um dia para outro. Nenhum tratado pode fazer isso, mas vai prevenir futuras guerras civis como a Síria", acrescentou Anna McDonald, citada pelo jornal The New York Times. "Vai ajudar a reduzir a violência armada. Vai ajudar a reduzir os conflitos".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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