Em referendo realizado no domingo, 3 de março de 2013, 68% dos eleitores suíços que foram às urnas aprovaram um projeto que dá amplos poderes aos acionistas de empresas de privadas para controlar a remuneração dos executivos.
A proposta do deputado Thomas Minder inclui 24 itens. Entre outras questões, veta os chamados paraquedas dourados e apertos de mãos dourados, os grandes pacotes recheados de benefícios que diretores de empresa ganhou quando são demitidos, às vezes depois de causar grandes prejuízos aos acionistas. Mesmo falida, a companhia aérea Swiss Air pagou US$ 9,6 milhões na rescisão de contrato do diretor-presidente Mario Conti, noticia o jornal The New York Times.
Grandes companhias como o banco União de Bancos Suíços (UBS) e o laboratório farmacêutico Novartis devem sentir mais o impacto das medidas porque recrutam profissionais no mundo inteiro. No mês passado, Daniel Vasella se aposentou da presidência da Novartis com uma rescisão que vai lhe render US$ 76 milhões em seis anos.
Depois de lamentar o resultado do referendo, o presidente da Associação Empresarial Suíça, Valentin Vogt, declarou que cabe agora às empresas "fortalecer os direitos dos acionistas". A entidade não vai sugerir a seus filiados políticas de remuneração de altos funcionários.
Na semana passada, a União Europeia decidiu limitar os bônus e pagamentos extras que os executivos e altos funcionários de empresas do setor financeiro costumam receber no fim do ano ao valor do salário ou no máximo duas vezes o salário, neste caso com a aprovação dos acionistas.
Nos Estados Unidos, desde 2011, a Lei Dodd-Frank, repudiada pela direita conservadora, dá direito aos acionistas de se pronunciar sobre o pagamento dos diretores. Mas a iniciativa suíça é muito mais dura. Sua violação pode levar a penas de até três anos de cadeia e multa de seis vezes o salário anual.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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