Apesar dos esforços do novo governo para reinflar a terceira maior economia do mundo, o Japão registrou deflação de 0,2% ao ano em janeiro de 2013 na comparação com o mesmo mês no ano anterior, anunciou hoje o Ministério do Interior e das Comunicações do país.
A queda de preços seria ainda maior, de 0,7%, não fosse a alta nos preços de energia, especialmente de eletricidade. No setor de produtos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a concorrência levou a uma queda de 23,4% no valor dos refrigeradores, 30,2% nos aparelhos de ar condicionado e 46,1% em câmeras de vídeo.
Para quem conviveu muito tempo com inflação baixa, a queda de preços parece boa notícia. Mas, se a tendência se mantiver por muito tempo, os consumidores adiam suas compras na expectativa de que os preços baixem ainda mais.
Assim, o comércio vende menos e faz menos encomendas à indústria, as empresas reduzem investimentos e toda a economia cai numa espiral de declínio.
O Japão sofre com estagnação econômica e deflação praticamente desde o estouro em 1991 da bolha especulativa formada nos anos 80 nos mercados financeiro e imobiliário.
Para ganhar as eleições de novembro passado, o primeiro-ministro Shinzo Abe prometeu recuperar a economia do país, que cresceu em média 1% nas duas últimas décadas, em contraste com expansão de 10% ou mais da vizinha China, uma inimiga histórica.
Abe pressionou o Banco do Japão a adotar uma meta de inflação de 2% e a comprar títulos públicos para aumentar a quantidade de dinheiro em circulação. Foi acusado de lançar uma guerra cambial para desvalorizar o iene e assim aumentar a competitividade das exportações japonesas, grande motor da economia do país.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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