O governo da China juntou-se ao coro dos descontentes com a desvalorização do dólar. Dos US$ 1,43 trilhão que a China acumulou em reservas, estima-se que cerca de US$ 1 trilhão estejam em dólares. Qualquer movimento de venda do governo chinês teria um impacto devastador sobre a moeda americana, a mais usada no mundo inteiro como reserva de valor.
"Nunca sofremos uma pressão tão grande", admitiu o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, em palestra para empresários e executivos em Cingapura. "Estamos preocupados com a preservação do valor das nossas reservas".
No fim de semana, durante uma reunião de cúpula da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do irã, Mahmoud Ahmadinejad, defenderam que as exportações de petróleo passem a ser negociadas em euros.
Desde o início do ano, o dólar perdeu 11% do valor em relação ao euro e 16% em relação a um conjunto de moedas.
O governo George W. Bush afirma ser o maior interessado num dólar forte. Na prática, faz uma política de negligência benigna. Deixa a moeda cair na esperança de que isso ajuda a reduzir o déficit comercial americano, de cerca de US$ 800 bilhões no ano passado.
Para o presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, Beijim vê em um dólar forte a garantia de uma solução ordeira da recente instabilidade nos mercados financeiros causada pelo calote nos pagamentos da casa própria por tomadores de segunda linha nos EUA. "Queremos um dólar forte", afirmou Zhou. "Apoiamos um dólar forte.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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