terça-feira, 27 de novembro de 2007

Israel e palestinos prometem paz em 2008

No final da conferência internacional sobre a paz no Oriente Médio realizada hoje em Anápolis, Maryland, nos Estados Unidos, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, prometeram negociar um acordo de paz definitivo para acabar com mais de 50 anos de guerra.

Mais de 50 países participaram da conferência, inclusive o Brasil, representado pelo ministro das Relações Exteriores, embaixador Celso Amorim.

O problema é que os três principais líderes nesta negociação, Olmert, Abbas e o presidente George Walker Bush, estão muito enfraquecidos politicamente.

Em Israel, há forças poderosas que se opõem às concessões necessárias:
• a criação de um Estado Nacional palestino ao lado do Estado Nacional judaico, que passa a ser política oficial dos EUA;
• a retirada dos colonos judeus da Cisjordânia ocupada;
• a devolução do setor oriental de Jerusalém, que seria a capital palestina: e
• o direito de retorno dos refugiados palestinos desde a criação de Israel, em 1948, o que pode envolver indenizações para que eles se reassentem na Palestina.

Abbas não controla a Faixa de Gaza nem o Conselho Nacional Palestino, o parlamento. Nas eleições de 25 de janeiro de 2006, a Fatah (Luta), partido de Abbas e do falecido líder histórico da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, perdeu para o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o principal partido islamita palestino.

Como o Hamas não reconhece Israel nem renuncia à luta armada, não participa das negociações. Um dos objetivos da conferência é isolar o Hamas e os grupos fundamentalistas. A Síria foi atraída porque a ocupação das Colinas do Golã foi incluída na pauta. Mas o Irã ficou de fora.

Só os EUA podem pressionar Israel a fazer as concessões necessárias à paz. Mas Bush, assim como o ex-presidente Bill Clinton, só resolveu pacificar o conflito palestino-israelense no final do mandato, quando já tinham esgotado seu capital político.

Bush, impopular por causa da guerra no Iraque, não tem mais apoio interno nos EUA e muito menos no mundo árabe.

Como observou o chanceler Celso Amorim, a conferência é importante por relançar o processo de paz. Simbolicamente, é importante. Agora, é preciso negociar os detalhes do acordo de paz. A novidade é que foi estabelecido um prazo para o nascimento do Estado palestino: 2008.

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