No seu relatório final, apresentado hoje pelo secretário-geral das Nações Unidos, Ban Ki Moon, o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (PIMC) adverte para o risco de extinção de um terço das espécies vivas, o degelo das calotas polares e elevação do nível de mares e oceanos, com conseqüências catastróficas causadas pelo aumento da concentração de gás carbônico da atmosfera em decorrência da ação do homem desde o início da Revolução Industrial, por volta de 1750.
Os estudos do PIMC, orgão da ONU de que participam mais de 800 cientistas de 120 países, são o principal argumento dos que defendem um novo acordo internacional para substituir o Protocolo de Quioto, que expira em 2012. A questão será discutida no próximo mês numa conferência internacional, em Báli, na Indonésia.
Pelo Protocolo de Quioto, os países desenvolvidos signatários se comprometeram a reduzir suas emissões de gases que agravam o efeito estuta para 5% abaixo dos níveis de 1990, enquanto os países em desenvolvimento precisam apenas monitorar suas emissões e apresentar relatório.
Maior poluidor do mundo, os Estados Unidos não aderiram ao Protocolo de Quioto sob o argumento de que prejudicaria sua economia, especialmente na concorrência com a China, que, como país em desenvolvimento, deu uma pequena contribuição ao aquecimento global no passado e assim não precisa cumprir metas.
Para aceitar um acordo pós-Quioto, os EUA exigem que países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil sejam submetidos às mesmas regras. Em princípio, os chineses rejeitam. No caso do Brasil, bastaria acabar com as queimadas, que representam cerca de 75% das emissões de gases-estufa. O país ficaria com créditos para negociar sua cota de carbono num mercado internaciona que surge na busca de uma solução de mercado.
Leia mais detalhes sobre o último relatório no New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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