quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Mohamed elBaradei vem ao Rio


O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, Mohamed ElBaradei, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2005 junto com a AIEA, vem ao Rio de Janeiro participar de uma conferência internacional sobre Energia Nuclear na América Latina e na Europa, organizada pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais, a ser realizada em 6 e 7 de dezembro deste ano, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

ElBaradei, um embaixador egípcio, está no olho do furacão gerado pela acusação dos Estados Unidos de que o programa nuclear do Irã visa ao desenvolvimento de armas atômicas. Ele deu um ultimato ao regime dos aiatolás para que abra suas instalações à AIEA, um órgão da ONU.

Antes da guerra do Iraque, seus relatórios desmentiram todas as alegações americanas de que a ditadura de Saddam Hussein teria retomada seu programa nuclear para fabricar armas atômicas. ElBaradei considerou uma falsificação grosseira uma suposta tentativa iraquiana de comprar urânio no Níger, atribuída inicialmente ao serviço secreto da Itália.

A alegação foi usada pelo presidente George Walker Bush no discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, preparando a opinião pública americana para a guerra. Mesmo depois de derrubada por um relatório do embaixador americano Joseph Wilson, Bush voltou a tocar no assunto, atribuindo a informação ao serviço secreto britânico.

Em junho de 2003, quando ficou evidente que não havia armas de destruição em massa no Iraque, Wilson publicou artigo no jornal The New York Times. O governo Bush retaliou revelando que sua mulher, Valerie Plame, era agente da CIA, o que gerou o escândalo conhecido como Plamegate. É crime contra a segurança nacional dos EUA revelar a identidade de espiões.

O chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, Lewis Libby, foi condenado por falso testemunho, perjúrio e obstrução de Justiça. Recebeu o indulto presidencial de Bush.

Na semana passada, Israel pediu a demissão de ElBaradei, declarando-o incapaz de negociar a questão nuclear iraniana por ter declarado que não há provas de que a república islâmica esteja mesmo fazendo a bomba.

Nenhum comentário: