domingo, 11 de novembro de 2007

Musharraf agora promete eleições em janeiro

Em mais uma mudança de posição por causa da intensa pressão interna e externa, o ditador do Paquistão, general Pervez Musharraf, prometeu neste domingo realizar eleições legislativas antes de 9 de janeiro de 2008. Mas não disse quando vai suspender o estado de emergência decretado em 3 de novembro, outra exigência da oposição e dos governos que o apóiam. A terceira é que abandone o comando do Exército e passe para a reserva.

A ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, que estava em negociações com o general articuladas pelos Estados Unidos antes da decretação da lei marcial, elogiou a decisão de convocar eleições, mas insistiu na necessidade de que o ditador atenda às outras exigências.

Nos EUA, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, considerou o anúncio "um elemento positivo", mas destacou que "o estado de emergência tem de ser suspenso o mais rapidamente possível".

Em entrevista ao programa This Week, da rede de televisão ABC (America Broadcasting Company), Rice observou que o Paquistão "é um país que está passando por circunstâncias extremamente difíceis. Mas é um aliado e um amigo. Acreditamos que, numa hora dessas, nosso melhor papel é aconselhar e persuadir o Paquistão a retomar o caminho da democracia".

Musharraf, por sua vez, prometeu deixar o comando do Exército assim que a nova Suprema Corte (ele expurgou vários juízes) aprovar sua reeleição para um terceiro mandato: "No momento em que eles tomarem esta decisão, prestarei juramento como presidente civil do Paquistão".

O ditador justificou o estado de emergência e a suspensão da Constituição alegando que a posição do presidente do Supremo Tribunal e dos extremistas muçulmanos levaria o país a uma perigosa paralisia política.

Agora, promete instalar um governo provisório até 15 de novembro, dissolver o Parlamento e as assembléias provinciais até 20 de novembro, e realizar eleições dentro de 45 a 60 dias.

Benazir Bhutto chegou domingo à cidade de Lahore, de onde pretende liderar uma marcha de protesto até a capital, Islamabad, na terça-feira. Ela argumenta que "o Paquistão sob estado de emergência é uma panela de pressão, e um país com armas nucleares não pode ser uma panela de pressão", insinuando que pode explodir.

A líder política mais popular do Paquistão é criticada pela oposição por negociar com o ditador e pelo governo por inflamar ainda mais a situação.

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