Em meio a uma situação de caos no Paquistão, agravada pela decretação de estado de emergência pela ditador, general Pervez Musharraf, em 3 de novembro, os Estados Unidos temem que as armas nucleares paquistaneses caiam nas mãos de terroristas muçulmanos que poderiam usá-las em atentados muito piores que os de 11 de setembro de 2001.
Naquele ano, depois de saber que cientistas nucleares paquistaneses tinham passado segredos à rede terrorista Al Caeda, os EUA deram dezenas de milhões de dólares para que o Paquistão instalasse câmeras e outros sistemas de controle das instalações atômicas do país. Mas o governo paquistanês nunca revelou os locais onde estão armazenadas as bombas atômicas do Paquistão, temendo que os americanos, sentindo-se ameaçados, atacassem o país.
O arsenal nuclear paquistanês é estimado em 55 a 115 bombas atômicas.
"Não podemos saber com absoluta certeza onde estão", admite um alto funcionário americano no jornal The Washington Post deste domingo. Se os EUA interviessem para tentar impedir que as armas de destruição em massa caiam nas mãos de terroristas, "poderia haver uma grande confusão".
Há dois anos, o general Musharraf garantiu que o arsenal atômico do Paquistão estava em absoluta segurança, em depoimento para o documentário Jihad Nuclear: Os Terroristas Podem Ter a Bomba? Mas, se o ditador for derrubado, o que acontecerá com a equipe encarregada por ele de guardar as armas, pergunta David Sanger, especialista em questões nucleares do jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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