Depois de dias de protestos, o Tribunal Constitucional da Turquia anulou hoje a eleição presidencial indireta, acolhendo uma representação da oposição alegando que não houve maioria de dois terços na votação no Parlamento, vencida pelo ministro do Exterior, Abdullah Gul.
As manifestações de rua foram convocadas porque Gul pertence ao mesmo partido muçulmano do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento. No exterior, ambos são vistos como moderados. Mas a oposição argumenta que ameaçaria o secularismo imposto por Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da República da Turquia, em 1923.
Como as Forças Armadas são as guardiãs do kemalismo, nos últimos dias houve rumores de golpe militar na Turquia, o que sepultaria de vez a candidatura turca à União Européia.
A decisão, a ser tomada até 2015, enfrenta séria oposição entre os cidadãos europeus, enquanto os Estados Unidos gostariam de integrar a Turquia ao Ocidente para desmentir a tese do conflito de civilizações. Seria uma ponte entre o Ocidente cristão e o Islã. Se rejeitar a Turquia, a Europa estará se firmando como um clube de países cristãos, aprofundando assim o fosso entre Oriente e Ocidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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