BUENOS AIRES - Dois concertos no Luna Park, em Puerto Madero, homenagearam nesta sexta-feira e neste sábado a dupla de compositores que é a maior tradução do tango contemporâneo: Ástor Piazzolla e Horacio Ferrer. Na apresentação, sua importância para a música da capital argentina é comparada à de John Lennon e Paul McCartney e Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.
Com o patrocínio da prefeitura municipal e do Teatro Colón, o espetáculo De Piazzolla y Ferrer teve a participação do próprio Ferrer, de Amelita Baltar, José Ángel Trelles, que esteve com Piazzolla no Brasil em 1975, do bandoneonista Néstor Marconi e da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, sob a regência do maestro José Carli.
O concerto começou a terminou com Balada para um loco. Outros sucessos como Chiquilín de Bachín e El gordo triste também foram acompanhados por um público entusiasmado e emocionado numa noite fria da ensolarada primavera bonaerense.
Ferrer nasceu em Montevidéu em 1933. Tinha 15 anos, preparava-se para estudar arquitetura na capital uruguaia e sonhava em ser um grande poeta quando viu Piazzolla tocar no Café Ateneo e se apresentou: "Maestro, o senhor tem um amigo que deixou de se apaixonar pelas meninas, parou de dormir à noite e parou de estudar pensando em sua música. E este amigo sou eu".
Mais tarde, se tornaria seu maior parceiro: "Ele dizia que eu era o melhor poeta que havia trabalhado com ele, que eu fazia com a poesia o mesmo que ele fazia com a música".
Piazzolla lhe pediu que escrevesse uma ópera, María de Buenos Aires. Ferrer fez o texto; Piazzolla, a música. A estréia foi em 8 de maio de 1968, com Amelita Baltar como María.
De Piazzolla y Ferrer, trouxe ainda jóias da música de Buenos Aires como Mi viejo Piazzolla, Balada para mi muerte, Adiós Nonino e Mi loco bandoneón.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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