sábado, 4 de novembro de 2006

Buenos Aires homenageia Piazzolla e Ferrer

BUENOS AIRES - Dois concertos no Luna Park, em Puerto Madero, homenagearam nesta sexta-feira e neste sábado a dupla de compositores que é a maior tradução do tango contemporâneo: Ástor Piazzolla e Horacio Ferrer. Na apresentação, sua importância para a música da capital argentina é comparada à de John Lennon e Paul McCartney e Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes.

Com o patrocínio da prefeitura municipal e do Teatro Colón, o espetáculo De Piazzolla y Ferrer teve a participação do próprio Ferrer, de Amelita Baltar, José Ángel Trelles, que esteve com Piazzolla no Brasil em 1975, do bandoneonista Néstor Marconi e da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, sob a regência do maestro José Carli.

O concerto começou a terminou com Balada para um loco. Outros sucessos como Chiquilín de Bachín e El gordo triste também foram acompanhados por um público entusiasmado e emocionado numa noite fria da ensolarada primavera bonaerense.

Ferrer nasceu em Montevidéu em 1933. Tinha 15 anos, preparava-se para estudar arquitetura na capital uruguaia e sonhava em ser um grande poeta quando viu Piazzolla tocar no Café Ateneo e se apresentou: "Maestro, o senhor tem um amigo que deixou de se apaixonar pelas meninas, parou de dormir à noite e parou de estudar pensando em sua música. E este amigo sou eu".

Mais tarde, se tornaria seu maior parceiro: "Ele dizia que eu era o melhor poeta que havia trabalhado com ele, que eu fazia com a poesia o mesmo que ele fazia com a música".

Piazzolla lhe pediu que escrevesse uma ópera, María de Buenos Aires. Ferrer fez o texto; Piazzolla, a música. A estréia foi em 8 de maio de 1968, com Amelita Baltar como María.

De Piazzolla y Ferrer, trouxe ainda jóias da música de Buenos Aires como Mi viejo Piazzolla, Balada para mi muerte, Adiós Nonino e Mi loco bandoneón.

Nenhum comentário: