quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Israel mata comandante militar do Hamas em Gaza

Um bombardeio da Força Aérea de Israel matou hoje Ahmed Jabari, o comandante militar do braço armado do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), o principal partido islamita palestino, na Faixa de Gaza.

Israel atacou Gaza várias vezes nos últimos dias, em resposta a uma onda de disparos de foguetes do território palestino contra o território israelense. Hoje, anunciou formalmente que vai realizar uma operação militar em Gaza.

"Depois dos disparos de foguetes dos últimos dias contra Israel, o comandante-em-chefe do Estado-Maior decidiu autorizar uma operação contra as organizações terroristas de Gaza, o Hamas, a Jihad Islâmica e outras organizações", declarou um porta-voz do Exército israelense, citado pelo jornal francês Le Monde.

Jabari, comandante das Brigadas Ezzedin Kassam, morreu quando seu carro foi atingido. Ele estava na lista de procurados pelo Estado judaico há algum tempo. Vivia na clandestinidade e escapou pelo menos duas vezes. É o mais importante líder do Hamas morto por Israel desde a invasão à Faixa de Gaza em dezembro de 2008.

O governo linha-dura de Israel indica que pretende manter a política da força baseada na sua superioridade militar esmagadora em relação aos palestinos. Mas a realidade mudou no Oriente Médio.

Com a Primavera Árabe, chegou ao poder no Egito a Irmandade Muçulmana, o mais antigo grupo fundamentalista islâmico, fundado em 1928 por Hassan al-Bana para "reislamizar a umma", o conjunto de todos os muçulmanos, que sofreriam influência negativa do colonialismo ocidental. O Hamas é filho da Irmandade Muçulmana.

As armas para o Hamas chegam através de túneis cavados do lado egípcio da fronteira. No passado, a ditadura de Hosni Mubarak cooperava com Israel e destruía esses túneis. Agora, no mínimo, vai impor condições a Israel para fazer isso.

O Egito e Israel assinaram um acordo de paz histórico em 1979, o primeiro entre um país árabe e o estado nacional judaico. Ele é vital para a segurança de Israel e uma condição para o Egito continuar recebendo ajuda econômica e militar dos EUA. Mas, se não houver avanço na questão palestina, o novo governo egípcio pode colocar o acordo com Israel na geladeira.

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