terça-feira, 29 de outubro de 2019

Volta do peronismo renova dúvidas sobre a economia da Argentina

O peronismo volta ao poder na Argentina num momento de crise econômica e turbulência política na América Latina, com protestos violentos no Chile, no Equador, no Haiti, na Nicarágua e na Venezuela. Em princípio, o governo terá de ser mais pragmático do que ideológico. A grande dúvida é como a esquerda vai enfrentar a situação econômica.

A vitória da chapa peronista, formada por Alberto Fernández e Cristina Fernández de Kirchner, que não são parentes, era mais do que esperada desde as eleições primárias de 11 de agosto. A vantagem de apenas sete pontos percentuais ficou muito abaixo dos 15 pontos da primária.

O presidente Mauricio Macri conseguiu reduzir a dimensão da derrota. Sua aliança elegeu apenas um deputado a menor do que a coalizão vencedora, a Frente para Todos. Isso o qualifica como líder da oposição. 

Mas Macri foi o grande perdedor no último domingo. As reformas que propôs para, nas suas palavras, transformar a Argentina num país normal, fracassaram. O atual presidente entrega o país, em 10 de dezembro, em situação muito pior do que recebeu.

A inflação anual ronda os 60%, a economia recuou 3,8% em 12 meses, a taxa básica de juros está em 70% ao ano, o peso argentino caiu 80% durante o governo Macri, o desemprego passa de 10% ao ano, 35,4% dos argentinos vivem na miséria e agora ainda têm mais uma dívida de 57 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, o FMI. Com estes números, nenhum governo se reelege em país democrático.

Alberto Fernández recebe uma das piores heranças econômicas do mundo. Em situação pior, só consigo pensar na Venezuela e no Zimbábue. Meu comentário:

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