O primeiro-ministro Abiy Ahmed foi agraciado hoje com o Prêmio Nobel da Paz por ter feito um acordo de paz com a vizinha Eritreia, encerrando um conflito de duas décadas, suspender o estado de emergência na Etiópia, libertar milhares de prisioneiros políticos, acabar com a censura, legalizar grupos de oposição, combater a corrupção e aumentar a participação da mulher, anunciou hoje em Oslo o comitê norueguês do Nobel. De 1998 a 2000, os dois países do Nordeste da África travaram uma guerra que matou cerca de 80 mil pessoas.
"Abiy Ahmed iniciou reformas que deram a muitos cidadãos a esperança de uma vida melhor e de um futuro mais brilhante", justificou o comitê norueguês. O premiado já foi comparado a Nelson Mandela e Barack Obama.
Mais jovem líder africano, com 43 anos, Abiy chegou ao poder em abril de 2018 depois de uma revolta popular prometendo reformas e democracia. Segundo país mais populoso da África, a Etiópia chocou o mundo em 1984 com imagens de uma fome em massa e nos últimos anos foi um dos países que mais cresceu no mundo. De 2010 a 2015, a taxa de crescimento ficou entre 11% e 15% ao ano.
Com a abertura democrática, as rivalidades étnicas ressurgiram. Por isso, o comitê fez uma ressalva: "Sem dúvida, algumas pessoas vão pensar que este prêmio foi dado cedo mais", admitiu a presidente do comitê norueguês do Nobel, Berit Reiss Andersen. "O comitê do Nobel entende que agora os esforços de Abiy Ahmed merecem reconhecimento e encorajamento."
"Imagino que os demais líderes da África perceberão este prêmio como estímulo para trabalhar pela paz no continente", declarou Abiy Ahmed.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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