Depois de 12 dias de protestos com confrontos das forças de segurança contra manifestantes indígenas, trabalhadores e estudantes nas ruas da capital, Quito, o presidente Lenín Moreno cancelou o aumento de 120% nos combustíveis, parte de um acordo do Equador com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para eliminar subsídios em troca de um empréstimo de US$ 4 bilhões, mais de R$ 16 bilhões.
Diante do recuo do governo, os líderes das manifestações anunciaram a desmobilização, apesar da exigência das alas mais radicais de uma renúncia do presidente.
Moreno também prometeu revisar as medidas de austeridade econômica prometidas ao FMI para equilibrar as contas públicas do Equador, inclusive planos para diminuir os salários dos funcionários públicos. Seu desafio agora é reduzir o déficit público sem provocar novos distúrbios.
O presidente terá de enfrentar uma dura campanha para se reeleger em 2021 por causa da ameaça de seu antecessor, Rafael Correa, de quem era vice-presidente.
Ao chegar ao poder, Moreno mudou a orientação política de Correa, um discípulo do falecido caudilho venezuelano Hugo Chávez, e adotou políticas mais favoráveis à economia de mercado. Suspeito de ter recebido propina da construtora brasileira Odebrecht, o ex-presidente fugiu para um autoexílio na Bélgica, onde nasceu sua mulher.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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