Pela 20ª semana seguida, milhares de manifestantes do movimento pela democracia protestaram contra a crescente interferência do regime comunista chinês em Hong Kong, que tem status de região administrativa especial dentro da República Popular da China.
O protesto começou pacificamente, mas degenerou em violência, com depredação de lojas, bancos e estações. A polícia usou gás lacrimogênio contra a manifestação, não autorizada. Os manifestantes reagiram com coquetéis Molotov.
Outro sinal de uma escalada na violência foi o uso de um robô para desarmar uma bomba de fabricação caseira. Há uma semana, a polícia anunciou que uma bomba caseira havia sido explodida pelos manifestantes usando um telefone celular como detonador. Ninguém foi ferido.
A manifestação começou num bairro comercial da ponta sul da Península de Kowloon e seguiu pela avenida do porto de Vitória aos gritos de "Glória a Hong Kong!" Algumas estações de metrô na rota da marcha de protesto foram fechadas. Filias de bancos e empresas chinesas foram atacadas.
A Frente dos Direitos Humanos e Civis, organizadora de grandes marchas pacíficas no verão de que participaram até 2 milhões de pessoas, pediu autorização para a manifestação de hoje. A polícia negou, alegando que protestos anteriores degeneraram em vandalismo e violência.
Os protestos começaram contra um projeto de lei para autorizar a extradição de residentes no território para responder a processos criminais na China. Evoluíram para exigir a renúncia da governadora Carrie Lam, vista como subserviente a Beijim, e eleições diretas para governador e para o Conselho de Legislativo, o parlamento do território.
Quando o Reino Unido devolveu Hong Kong à China, em 1º de julho de 1997, o regime comunista chinês se comprometeu a manter as liberdades democráticas no território durante 50 anos,. Era fórmula um país, dois sistemas, idealizada pelo então líder Deng Xiaoping para ser usada também numa possível reintegração da Taiwan.
A linha-dura comunista acusa os manifestantes de quererem a independência de Hong Kong, no que seria uma mutilação da grande e poderosa China. Dentro da paranoia comum aos regimes ditatorias, vê influências externas dos Estados Unidos e do Reino Unido no movimento pela democracia.
Os moradores de Hong Kong veem nas atuais manobras do governo chinês, cada vez mais ditatorial sob Xi Jinping, uma ameaça a esta situação especial.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
Manifestantes atiram coquetéis Molotov em Hong Kong
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