O Partido Liberal, do primeiro-ministro Justin Trudeau, venceu hoje as eleições gerais no Canadá, mas não deve ter maioria absoluta no Parlamento, de acordo com duas pesquisas de boca de urna de televisões canadenses. Vai depender de outros partidos para aprovar seus projetos.
Pelos resultados preliminares, os liberais terão 144 deputados no Parlamento. A maioria absoluta é 170. Antes da dissolução do Parlamento, há 40 dias, havia 177 deputados liberais. O Partido Conservador, liderado por Andrew Scheer, deve conquistar pelo menos 96 cadeiras.
A reeleição de Justin Trudeau foi ameaçada por dois escândalos: a pressão sobre o procurador-geral num caso envolvendo a empresa de engenharia SNC-Lavalin e a divulgação de fotos do tempo da faculdade em que o jovem estudante aparece com a cara pintada de preto, o que é considerado racista.
Justin alegou que estava fantasiado de Aladim numa festa que tinha como tema as Mil e Uma Noites, um clássico da literatura árabe, e que não sabia do caráter racista.
Para recuperar o prestígio, Justin Trudeau prometeu leis mais duras de controle de armas, cortes de impostos e aumenta da proteção ambiental. Como o Partido Conservador acenou com o fim de um imposto sobre emissões de gases carbônicos, Trudeau o acusou a oposição querer adotar uma política de "não fazer nada" em relação ao aquecimento global. Na Austrália, a direita ganhou com esta proposta.
O pai de Justin, Pierre Elliot Trudeau, foi um dos chefes de governo mais importantes da história do Canadá. Sob sua liderança, os liberais ganharam quatro eleições (1968,1972, 1974 e 1980). Na segunda, em 1972, ficaram em minoria no Parlamento. Depois de um governo curto, ele voltou a governar com maioria absoluta.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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