Com 95% dos votos apurados, o Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia anunciou há pouco a reeleição do presidente Evo Morales para um quarto mandato consecutivo. Morales tem 46,86% dos votos válidos contra 36,73% para o ex-presidente Carlos Mesa, que denuncia fraude e não reconhece o resultado oficial, noticiou o jornal boliviano La Razón.
Pela lei boliviana, um candidato vence a eleição presidencial no primeiro turno se tiver mais da metade dos votos ou mais de 40% e uma vantagem de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado.
Ontem, durante uma apuração preliminar, tudo apontava para um segundo turno. Com 83% dos votos apurados, Morales, do Movimento ao Socialismo (MAS) liderava com 45,28%, enquanto Mesa, da Comunidade Cidadã, tinha 38,16%. Isso forçaria a realização de um segundo turno em 15 de dezembro.
Naquela altura da contagem, ao TSE suspendeu a contagem rápida. Quando começaram protestos de rua, a apuração foi suspensa em três departamentos (Laz Paz, Chuquisaca e Oruro).
Hoje, a contagem manual voto a voto dava uma ligeira vantagem a Mesa, com ambos um pouco acima de 42% dos votos válidos. Sem maiores explicações, o TSE voltou à contagem rápida e às 21h30 anunciou a vitória de Morales, alimentando as suspeitas de fraude.
A missão observadores internacionais da Organização dos Estados Americanos (OEA), manifestou "sua profunda preocupação e surpresa com a mudança drástica e difícil de justificar na tendência dos resultados preliminares".
Os observadores pediram calma à população depois de atos de violência de partidários dos dois principais candidatos. Revoltado, Mesa declarou que o eleitorado não vai aceitar o resultado e prometeu uma "resistência democrática".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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