Por seus estudos sobre a origem e a evolução do Universo, o cosmólogo canadense naturalizado americano James Peebles, professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, vai dividir o Prêmio Nobel de Física deste ano com dois astrônomos suíços, Michael Mayor e Didier Queloz, da Universidade de Genebra, na Suíça.
Em 1995, eles descobriram o primeiro exoplaneta, de fora do Sistema Solar, orbitando ao redor de uma estrela semelhante ao Sol. O anúncio foi feito esta manhã em Estocolmo pela Academia Real de Ciências da Suécia.
"Os três ganhadores transformaram nossas ideias sobre o Universo", declarou em nota o Comitê do Nobel. "Enquanto as descobertas teóricas de Peebles contribuíram para entender a evolução do Universo depois do Big Bang, Mayor e Queloz exploraram nossa vizinhança cósmica em busca de planetas desconhecidos. Suas descobertas mudaram para sempre nossa concepção de mundo."
Peebles estuda o universo há 55 anos, quando as hipóteses sobre sua origem eram conjeturas: "Havia alguns indícios, mas eram esparsos, escassos e insuficientes para me convencer de que eu tinha a impressão geral correta."
O modelo teórico do Big Bang descreve o Universo a partir de uma grande explosão que teria ocorrido há 13,8 bilhões de anos quando o cosmo se tornou suficientemente quente e denso para permitir a formação de átomos de hidrogênio e hélio. Desde então, ele se expande e se torna mais frio.
Quase 400 mil anos depois, com o Universo mais transparente, os raios de luz conseguiram atravessar o espaço. Parte desta radiação ainda é detectável e revela segredos estudados por Peebles. Ele conclui que apenas 5% do Universo são conhecidos, são a matéria que forma astros, estrelas e todas as formas de vida. Os outros 95% são matéria escura (antimatéria) e energia escura, que a ciência ainda não entende.
"Espero que sejamos surpreendidos pela matéria escura", declarou Peebles em entrevista citada pelo Nobel. "Não posso dizer como será descoberta. Ela vai aparecer. Não sabemos para onde olhar para procurá-la. Todos esses lindos experimentos precisam escolher uma direção. (...) Podem estar olhando para o lugar errado."
Mayor e Queloz descobriram o primeiro exoplaneta, batizado de 51 Pegasi b, no Observatório de Alta Provença, no Sul da França, em 1995. É uma bola gasosa comparável a Júpiter, o maior planeta do sistema solar da Terra. Leva apenas quatro dias para completar a órbita ao redor de sua estrela, que esquenta o exoplaneta a uma temperatura de mil graus centígrados.
Desde então, os astrônomos descobriram quase 4 mil exoplanetas na Via Láctea, a galáxia onde fica a Terra. A grande expectativa dos cientistas é se alguma forma de vida se desenvolveu nestes planetas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
terça-feira, 8 de outubro de 2019
Origem do Universo e exoplaneta dão Prêmio Nobel de Física de 2019
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