Horas depois de acertar o reinício das negociações de desnuclearização com os Estados Unidos, a ditadura comunista da Coreia do Norte disparou na manhã de hoje um míssil balístico de curto alcance em direção ao Mar do Japão. O diálogo será retomado no próximo fim de semana.
As negociações estão estagnadas desde o colapso de um encontro de cúpula do presidente Donald Trump com o ditador Kim Jong Un em 27 e 28 de fevereiro em Hanói, no Vietnã. Trump abandonou o encontro diante da insistência do regime stalinista de Pyongyang em um alívio pelo menos parcial das sanções internacionais impostas contra o programa nuclear do país.
O governo norte-coreano exige a retirada gradual das sanções enquanto toma medidas para desmantelar seu arsenal nuclear, enquanto os EUA cobram a elaboração de um cronograma de para entrega de 60% a 70% das armas atômicas do país dentro de seis a nove meses.
Pyongyang também quer a assinatura de um acordo de paz definitivo para acabar com a Guerra da Coreia (1950-53). Isto pode ser usado para pedir a retirada das armas nucleares americanas da Coreia do Sul, o que dificilmente seria aceito pelos EUA, tendo em vista a rivalidade crescente com a China.
No teste de hoje, o míssil foi lançado de uma plataforma submarina num sinal de que deverá ser baseado em submarinos.
Ao aceitar que a Coreia do Norte teste mísseis de curto alcance, incapazes de atingir o território continental dos EUA, e com sua declarada aversão a novas guerras que possam atrapalhar sua reeleição em 2020, Trump parece disposto a aceitar o status de potência nuclear do país.
O ex-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca John Bolton, um notório linha-dura, criticou o presidente e declarou não acreditar que a Coreia do Norte esteja genuinamente comprometida com a desnuclearização.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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