Sob intensa pressão do inquérito para instruir um processo de impeachment, o presidente Donald Trump escalou a retórica contra a oposição democrata, alegando ser vítima de um golpe: "Como aprendo cada vez mais a cada diz, estou chegando à conclusão de que o que está acontecendo não é um impeachment, é um golpe", protestou no Twitter.
Na visão do presidente, a investigação sobre seu abuso de poder "pretende tirar o poder do povo, seus votos, suas liberdades, a Segunda Emenda, a religião, os militares, o muro na fronteira e seus direitos dados por Deus como cidadãos dos Estados Unidos."
Há uma semana, a presidente da Câmara dos Representantes, a deputada democrata Nancy Pelosi, anunciou a abertura de inquérito depois que Trump pressionou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho Hunter Biden.
Na semana passada, a Casa Branca divulgou uma versão editada de uma conversa telefônica de 25 de julho em que Trump pediu ajuda a Zelensky, que mostrou interesse em comprar armas dos EUA. O presidente americano segurou uma ajuda militar de US$ 390 milhões à Ucrânia.
Em 12 de agosto, um agente da CIA (Agência Central de Inteligência) comunicou ao inspetor-geral de Inteligência que o presidente havia ameaçado a segurança nacional dos EUA ao usar o poder do cargo para pressionar um chefe de Estado estrangeiro a interferir nas eleições americanas. Joe Biden é o favorito entre os pré-candidatos do Partido Democrata à Presidência em 2020.
Como na investigação de um suposto conluio de sua campanha com a Rússia na eleição de 2016, Trump se defende atacando, posando como vítima de uma "caça às bruxas" e de um "golpe", o que rebaixaria os EUA ao nível de "um país de Terceiro Mundo".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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