segunda-feira, 28 de outubro de 2019

UE prorroga o prazo para saída do Reino Unido até 31 de outubro

A União Europeia aceitou hoje uma "extensão flexível" do prazo de saída do Reino Unido do bloco europeu, que passa de 31 de outubro de 2019 para 31 de janeiro de 2020 e pode ser antecipado se o Parlamento Britânico aprovar o acordo negociado pelo primeiro-ministro conservador Boris Johnson com os sócios europeus.

Johnson sofreu mais uma derrota na Câmara dos Comuns hoje ao tentar antecipar as próximas eleições gerais britânicas para 12 de dezembro. A proposta recebeu 299 votos favoráveis. Com a abstenção da oposição trabalhista, ficou muito abaixo dos dois terços ou 434 votos necessários para aprovar a dissolução do Parlamento e convocar novas eleições.

Uma vitória eleitoral daria a Johnson o mandato para negociar o divórcio com a UE nos seus termos. Hoje, seu governo tem minoria na Câmara. Ele foi eleito líder do Partido Conservador com os votos dos filiados ao partido, cerca de 160 mil pessoas. Sonha em conquistar um mandato nas urnas.

A oposição trabalhista se nega a aceitar uma saída da UE sem acordo, uma saída dura, como queria Johnson, que chegou a dizer que sairia em 31 de outubro, preferindo cair "morto dentro de uma vala" a pedir a prorrogação do prazo.

O Partido Trabalhista, liderado pelo esquerdista radical Jeremy Corbyn, deve propor uma emenda exigindo que o Reino Unido mantenha a união aduaneira com a UE, o maior mercado, que respondeu no ano passado por 44% das exportações e 55% das exportações britânicas.

Com a união aduaneira, o Reino Unido manteria o acesso ao mercado comum europeu, mas perderia o direito de decidir suas regras. A ala mais radical dos brexiteiros quer total liberdade para fazer acordos comerciais com outros países.

Outros deputados devem propor que o texto final do acordo seja submetido a uma segunda consulta popular, a um referendo. A alternativa seria a permanência do país na UE.

Os partidários da saída afirmam que seria uma traição da vontade popular manifestada no plebiscito de 23 de junho de 2016. Mas a realidade é que a maioria dos eleitores não sabia exatamente em que estava votando.

Além das promessas genéricas de retomar o controle das leis, das fronteiras, da imigração e do comércio internacional, havia o compromisso de investir 350 milhões de libras, quase R$ 1,8 bilhão, a mais por semana no Serviço Nacional de Saúde, uma grande mentira.

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