Para tentar reinflar a economia do país, que enfrenta estagnação e deflação crônicas há duas décadas, o novo presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, anunciou hoje a intenção de dobrar em dois anos a base monetária, o dinheiro em circulação e mais as reservas dos bancos, inclusive seus depósitos no banco central, através de um programa agressivo de compra de títulos públicos e de ativos de risco que vai injetar até US$ 1,4 trilhão na economia.
Desde que chegou ao poder, em dezembro de 2012, o primeiro-ministro Shinzo Abe mostrou determinação de estimular o crescimento da terceira maior economia do mundo, ultrapassada nos últimos anos pela China, uma inimiga histórica que cada vez mais deixa o Japão para trás.
Uma decisão do governo foi estabelecer uma meta de 2% de inflação ao ano. Abe já admitiu que será impossível chegar lá nos próximos dois anos.
O chamado "alívio monetário", única maneira de baixar os juros reais numa economia em que a taxa básica está em 0,1% ao ano, deve levar a uma desvalorização do iene, aumentando a competitividade das exportações. Mas deve provocar protestos de quem teme uma "guerra cambial".
A moeda japonesa perdeu hoje 3% do valor.
Com a deflação, uma queda consistente de preços, os consumidores adiam as compras e as lojas não fazem encomendas à indústria. A economia entra numa espiral de declínio. Daí a decisão de criar alguma inflação para reverter o processo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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