A atitude complacente e distante do presidente Barack Obama no primeiro debate da eleição presidencial nos Estados Unidos pode ser explicado pelo fato dele viver dentro de uma bolha, a Casa Branca. Mas, se depender dos eleitores de origem latina num estado decisivo como a Flórida, o presidente está reeleito.
No poder, o presidente está cercado de áulicos e assessores que o protegem de questionamentos mais duros da imprensa. Raramente ele enfrenta diretamente as críticas tanto de setores descontentes de seu próprio partido, o democrata, e menos ainda da oposição republicana, comenta Lesley Clark, da companhia jornalística americana McClatchy Newspapers, editora do jornal The Miami Herald.
Por outro lado, na Flórida, os eleitores de origem latino-americana ou hispânicos, como são chamados nos EUA, tendem a votar no presidente numa proporção de dois para um. A maioria apoia suas políticas sobre imigração e está entusiasmada para votar, o que é importante num país onde o voto não é obrigatório, indica uma pesquisa feita pelo grupo Decisões Latinas por uma Voz na América.
"Os latinos estão mais envolvidos na questão da imigração, independentemente de onde vivam no país", comentou o cientista político Casey Klofstad, professor da Universidade de Miami que pesquisa o voto hispânico, sugerindo que este seja um padrão nacional.
Obama perde para o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, candidato do Partido Republicano, entre os homens brancos, mas vence entre as mulheres e todas as minorias raciais. O conservadorismo americano é majoritariamente o reduto dos brancos de olhos azuis. A mudança demográfica favorece o Partido Democrata.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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