Um dos mais importantes historiadores do século 20, o judeu britânico Eric Hobsbawm morreu de pneumonia na madrugada de hoje aos 95 anos.
Hobsbawm escreveu mais de 30 livros, entre eles uma prestigiada História do Marxismo, outra do jazz, uma trilogia sobre o que chamou de "longo século 19" (A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Impérios) e A Era dos Extremos - o curto século 20: 1914-91.
Ele nasceu em Alexandria, em 1917, quando o Egito era uma colônia britânica. Aos dois anos, Eric e a irmã foram para Berlim. Como ficaram órfãos na adolescência, foram adotados pelos tios, que fugiram para Londres em 1993, quando Hitler chegou ao poder na Alemanha.
Marxista convicto, dizia "nunca ter tentado diminuir os horrores que aconteceram na União Soviética". Assisti a uma de suas aulas magnas na London School of Economics, quando ele recebeu um prêmio por A Era dos Extremos.
"Tem gente que acha que Elvis está vivo. Todo ano há dois ou três jornais que dizem isso. Mas a maioria das pessoas não acredita nisso", começou Hobsbawm, rejeitando as "visões revisionistas da história que pretendem apresentar a Revolução Russa como um golpe de Estado".
Uma consequência histórica importante da revolução comunista, na visão do professor, foi o surgimento do Exército Vermelho, que derrotou "mais de 80% das tropas nazistas na Segunda Guerra Mundial". A julgar pelo desempenho do Exército Imperial da Rússia na Primeira Guerra Mundial, "sem a revolução, Hitler não teria sido derrotado".
Amigo do Brasil, esteve aqui várias, inclusive como atração principal da Festa Literária de Paraty (Flip) em 2003.
Nos últimos anos, doente, quase não saia de sua casa em Hampstead, um dos bairros preferidos da intelectualidade londrina. Estava convencido de que a crise ambiental é o grande desafio para o homem no século 21.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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