quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Exército da Síria anuncia trégua a partir de amanhã

O Exército da Síria concordou em cessar fogo da manha desta sexta-feira até segunda-feira na sua luta contra os rebeldes que há um ano e sete meses tentam derrubar a ditadura de Bachar Assad, mas se reserva o direito de reagir a qualquer ataque durante o período.

Neste fim de semana, os muçulmanos fazem a festa religiosa do Eid-al-Adha, que celebra a decisão do profeta Ibrahim (Abraão) de oferecer o próprio filho em sacrifício a Deus. O festival começa na noite desta quinta-feira. Nesta hora, os muçulmanos que fazem a peregrinação anual a Meca devem descer o Monte Arafat, seguindo os passos do profeta Maomé.

A trégua foi proposta pelo enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, o ex-ministro do Exterior da Argélia Lakhdar Brahimi. Foi aceita pelo governo e a maioria dos grupos rebeldes, mas não pelos islamitas ligados à rede terrorista Al Caeda.

Na minha opinião, é mais provável que a trégua fracasse e que os dois lados se acusem mutuamente por este fracasso. Se o cessar-fogo der certo, será um primeiro passo para uma possível abertura de negociações de paz que ainda parecem altamente improváveis.

Ontem, em mais um encontro do diálogo estratégico entre o Brasil e os Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, reafirmou diante da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, a posição brasileira contrária a uma intervenção militar na Síria.

É uma política de imobilismo que até agora não contribuiu em nada para acabar com uma guerra civil que, pelos cálculos da oposição, já matou 35 mil pessoas. Serve para reafirmar a postura brasileira contra as grandes potências ocidentais, ignorando as mortes de civis inocentes.

É uma política que reafirma a supremacia do Estado sobre o cidadão em nome do respeito aos princípios de soberania nacional e não intervenção nos assuntos internos de outros países. Atropela o dispositivo constitucional que coloca os direitos humanos como um aspecto central da política externa brasileira, apoiando ditadores direta ou indiretamente.

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