A Turquia fez hoje disparos de artilharia pesada contra alvos da Síria, em retaliação a um ataque de morteiros sírios que matou cinco civis numa cidade turca próxima à fronteira entre os dois países, anunciou em Ancara o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Este ataque atroz teve uma resposta imediata e adequada de nossas Forças Armadas na região da fronteira", declarou uma nota distribuída pelo chefe de governo da Turquia. "Os alvos bombardeados foram identificados por radar."
Erdogan advertiu: "A Turquia, de acordo com suas regras de engajamento e o direito internacional, jamais vai deixar tais provocações do regime sírio contra nossa segurança nacional sem resposta".
Os dois países eram aliados, mas a Turquia é hoje o grande exemplo de democracia no mundo muçulmano, apesar do tratamento discriminatório à minoria curda e do eterno duelo político entre secularistas e islamitas. Quando o ditador Bachar Assad começou a usar a força bruta contra as manifestações da Primavera Árabe, a Turquia passou a apoiar os rebeldes.
Como a Turquia é um país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, que tem uma cláusula que considera um ataque contra um ataque contra todos, o incidente poderia justificar uma intervenção militar na Síria.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas discutiu o assunto em reunião de emergência.
Em Alepo, a segunda maior cidade do país, foco de uma violenta batalha, pelo menos 40 pessoas foram mortas ontem em três atentados arrasadores atribuídos aos rebeldes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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